Pujā

O que é Pujā | por Gloria Arieira
Antes de ser um instrumento para se pedir alguma coisa, as orações e rituais são oferecimentos que dão forma a nossa apreciação de algo maior do que nós e à nossa gratidão pela beleza e harmonia que percebemos ao nosso redor.
Na tradição védica, temos orações em sânscrito que nos ajudam a expressar nossos sentimentos e apreciações e rituais variados que completam as orações, um deles se chama Pujā.
Na tradição védica temos vários rituais e orações para invocar o Senhor em Suas várias formas. Um ritual simples, mas completo, é a pujā, que pode ser realizada em casa por qualquer pessoa.
A Pujā é uma adoração na forma física, onde há um campo maior de expressão da devoção, mais do que é possível nas formas de adoração puramente oral ou mental. O corpo, a mente e a fala estão todos envolvidos numa puja. As formas, cores, fragrâncias e sons dos vários itens de adoração prendem a atenção e ajudam, evocando a devoção em todos nós.
Uma puja é feita para expressar nossa gratidão para com Isvara por tudo o que nos foi dado em nossa vida. A própria Criação na qual nascemos é considerada um presente do Senhor.
O devoto tem que estar inteiro no ato de devoção, tornando-o completo e significativo. Assim, a oração na forma de um ritual abençoa, ajudando a pessoa a descobrir sua relação com o Senhor que é o Todo.
O que é Pujā | por Dhira Chaitanya
Puja tem o propósito de evocar o “devoto” na pessoa. É um meio através do qual o indíviduo estabelece comunhão com Isvara através de uma oração feita mental, oral e fisicamente. Durante uma puja, o devoto invoca a presença de Isvara numa forma ou imagem específica para oferecer adoração e expressar sua devoção.
Há um relacionamento que é único, universal e fundamental. Este relacionamento é o que existe entre o individuo e o Todo, ou entre a criatura e o Criador. Entre outras palavras, é o relacionamento entre o devoto e Isvara. Na tradição hindu, Isvara é entendido como a causa inteligente e material de todo universo infinito que inclui tempo e espaço. Assim, todo universo feito de objetos inertes e vivos, e a ordem infalível do universo, são considerados como não separados de Isvara. Como um indivíduo, se se deseja oferecer adoração para o Isvara infinito, o que é necessário é invocar um aspecto de Isvara. O indivíduo faz isso invocando Isvara na forma de várias deidades que representam seus vários aspectos e as leis do universo.
Isvara, sendo infinito, necessariamente inclui o indivíduo e, portanto, não deve ser entendido como outro objeto separado de si mesmo. Geralmente, conflitos aparecem num indivíduo que se relaciona com outros que são separados dele ou dela por uma variedade de razões. Diferente de outros relacionamentos, o relacionamento entre devoto e Isvara é livre de conflitos, equívocos, distorções, pois não se está separado de Isvara.
Tal apreciação de Isvara trás uma atitude de reverência e humildade que se expressa em oração e puja. Desta maneira, quando o devoto é evocado em si mesmo, a pessoa está em paz e experiencia uma relativa tranquilidade.
Textos extraídos e adaptados de:
Puja – A realização de um ritual védico - Gloria Arieira. Rio de Janeiro / Vidya Mandir, 2005
Puja Vidhanam – Sonia Novaes. Campinas / Vidya Pitham, 2008